O teólogo e ex-pastor luterano Joachim Gauck foi eleito neste domingo (18) como novo presidente da Alemanha pela Assembleia Federal.
Gauck bateu em votação em primeiro turno sua única concorrente, a "caçadora de nazistas" Beate Klarsfeld, anunciou o presidente do Bundestag, Norbert Lammert.
Ele teve 991 votos dos 1.232 de parlamentares da Assembleia Federal, que reúne os 620 deputados do Bundestag, assim como os representantes dos Estados regionais.
Sua designação era considerada certa, já que todos os partidos da maioria e da oposição, à exceção da esquerda radical, Die Linke, haviam chegado a um acordo para apoiar sua candidatura.
O Die Linke, que reúne principalmente nostálgicos da Alemanha Oriental, preferia Beate Klarsfeld.
"Eu aceito este voto", declarou solenemente Gauck diante da Assembleia, alguns minutos após o anúncio dos resultados.
"Que belo domingo!", comemorou ele, lembrando que há 22 anos foram realizadas as primeiras e últimas eleições livres da República Democrática da Alemanha, alguns meses antes da Reunificação Alemã de 3 de outubro de 1990. "Jamais esquecerei estas eleições. Jamais!", disse, visivelmente emocionado.
"Vocês elegeram um presidente que não pode pensar sem a ideia de liberdade", acrescentou.
Gauck, de 72 anos de idade, não tem filiação partidária. Ex-pastor luterano, ele ganhou notoriedade como ativista pró-direitos humanos na então Alemanha Oriental, comunista.
Ele teve papel importante nos protestos pacíficos que levaram à queda do Muro de Berlim em 1989.
Depois da Queda do Muro, ele supervisionou durante os dez anos os arquivos da Stasi, a polícia política da Alemanha Oriental, que possuía milhões de documentos sobre os cidadãos.
Gauck vai substituir Christian Wulff, que renunciou após um escândalo financeiro, do qual ele se disse inocente.
Revés para Angela Merkel
Sua principal meta é restaurar a credibilidade da presidência, prejudicada por escândalos financeiros que se centraram em seu predecessor.
Na Alemanha, as funções do presidente são honoríficas, mas ele deve ser uma autoridade moral. A saída de Wulff, anunciada em 17 de fevereiro, foi cosiderada um revés para a chanceler Angela Merkel, sua aliada.
Em junho de 2010, Merkel teve grandes dificuldades para conseguir a eleição de Wulff, depois da surpreendente renúncia de seu antecessor Horst Kohler. As informações são do G1.
Fonte: Correio da Bahia
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